Antes da NIL, de transfer portal bombando e de quarterbacks celebridades, houve Johnny Football.
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Johnny Manziel não foi apenas um quarterback talentoso — ele foi um fenômeno cultural. Em apenas duas temporadas como titular por Texas A&M, o camisa 2 reescreveu livros de recordes, derrubou gigantes da SEC e trouxe um novo tipo de atenção para o futebol universitário. Sua ascensão meteórica, marcada por jogadas improváveis, carisma fora de campo e uma boa dose de polêmicas, ainda ressoa nas arquibancadas e redes sociais da NCAA até hoje.
O nascimento de Johnny Football
Foto: Reprodução/ X Johnny Manziel
Recrutado sem grande alarde, Manziel chegou a Texas A&M em 2011, ano em que não brilhou muito. Foi em 2012, já sob o comando do técnico Kevin Sumlin, que o mundo descobriu quem ele era. Em sua temporada de estreia como titular, Manziel acumulou 5.116 jardas totais e 47 touchdowns. Ninguém nunca tinha visto algo parecido.
Para coroar o ano mágico, ele se tornou o primeiro calouro da história a ganhar o Heisman Trophy. O apelido "Johnny Football" já circulava no campus, mas depois disso, virou marca registrada — literal e figurativamente.
O dia em que Alabama caiu
Um dos momentos mais emblemáticos da carreira universitária de Manziel aconteceu no dia 10 de novembro de 2012. Texas A&M visitou o todo-poderoso Alabama de Nick Saban, que era o atual campeão nacional. Manziel não só venceu, como fez isso com estilo: 253 jardas aéreas, 92 terrestres e dois touchdowns. Um jogo que muitos consideram o ponto de virada para a imagem da SEC como a "liga dos quarterbacks móveis".
Aquela performance não foi só um statement — foi um terremoto. Mudou a percepção do que um QB universitário podia (ou devia) ser.
Um símbolo da nova era do College Football
Foto: Reprodução/ X Front Sports Office
Antes de Manziel, poucos jogadores universitários tinham o nível de fama que ele alcançou — e nenhum parecia curtir tanto os holofotes quanto ele. Celebridades, festas, aparições públicas... Manziel virou capa de revistas e pauta em programas de entretenimento. E isso incomodou muita gente.
Ele também foi um dos primeiros atletas a expor os paradoxos do sistema da NCAA: ele movimentava milhões em audiência e venda de produtos, mas era proibido de ganhar um centavo com sua imagem. O escândalo envolvendo a venda de autógrafos apenas reforçou essa contradição.
Hoje, com as regras do NIL em vigor, muitos enxergam Manziel como um dos primeiros "precursores" do movimento por compensações justas aos atletas.
Entre o brilho e a queda
Depois de mais uma temporada agitada em 2013, Manziel entrou no Draft de 2014 com status de estrela. Foi escolhido pelo Cleveland Browns na primeira rodada, mas nunca conseguiu replicar seu sucesso profissionalmente. Questões comportamentais, problemas com álcool e a pressão da NFL cobraram seu preço. A carreira como profissional terminou cedo.
Fora de campo, ele passou por reabilitação, enfrentou processos e chegou a admitir que tentou se autodestruir durante o auge da crise. Em 2023, o documentário “Untold: Johnny Football”, da Netflix, mostrou os bastidores dessa montanha-russa — e reacendeu o debate sobre saúde mental no esporte.
O legado de Manziel no College Football
Johnny Manziel não foi perfeito. Longe disso. Mas sua passagem pelo College Football foi tão impactante quanto breve. Ele ajudou a redefinir o papel do quarterback moderno, desafiou a cultura rígida da NCAA e antecipou tendências que hoje são parte da realidade do esporte universitário.
Ele pode não ter tido sucesso na NFL, mas no universo do College Football, seu nome é sinônimo de caos criativo, ousadia e transformação.
