Andrew Luck não era apenas um talento geracional – ele era o futuro dos Colts. Mas sua aposentadoria precoce deixou um vazio que a franquia nunca conseguiu preencher. Desde então, Indianápolis busca desesperadamente um sucessor, mas a "Maldição de Luck" pode ser mais real do que parece.
Andrew Austen Luck é considerado o melhor prospecto de quarterback da história do NFL Draft. Com uma carreira repleta de recordes na universidade de Stanford, Luck se tornou o ponto de atenção para o draft de 2012.
O Indianapolis Colts se via em uma situação complicada. Peyton Manning, a cara da franquia, enfrentava uma lesão no pescoço que requereu diversas cirurgias. Manning não aparentava mais ser o mesmo após os tratamentos e iria perder toda a temporada 11/12. Sem o QB e com Andrew Luck disponível para o próximo draft, os Colts adotaram um lema controverso: “suck for luck” ou “jogue mal por Luck”.
Sem Manning, a equipe terminou com um recorde de 2-14 e garantiu a primeira escolha do draft de 2012. Era oficial, Indianapolis tinha um novo QB e seu nome era Andrew Luck.
O impacto do jovem QB foi imediato, liderando os Colts para uma campanha de 11-5 três anos consecutivos, sendo nomeado ao Pro Bowl em todos.
Luck quebrou recordes como um calouro e teve seu melhor ano em 2014, quando liderou a liga em touchdowns (40) e lançou para 4.761 jardas. Nos playoffs, o atleta liderou a segunda maior virada da história em 2013 e levou a equipe até a final de conferência um ano depois.
A febre ao redor de Andrew Luck era real, mas acabaria tão rapidamente quanto começou. Luck enfrentou diversas lesões ao longo dos anos, participando de somente 7 jogos em 2016 e nenhum em 2017. Em 2018, ele venceria o prêmio de “Comeback Player of the Year” e comandaria os Colts a uma vitória nos playoffs após começar a temporada 1-5. Luck, porém, tomaria a NFL de surpresa ao anunciar a sua aposentadoria durante a pré-temporada, com somente 29 anos. Segundo o próprio jogador, “as lesões tiraram o seu amor pelo esporte”.
A aposentadoria foi um golpe surpresa para os Colts e um que eles tentam se recuperar até hoje. Desde então, a franquia teve 12 jogadores diferentes a serem titulares em, pelo menos, uma partida na posição. A equipe tentou de tudo.
QBs que passaram a maior parte de sua carreira como reservas, a exemplo de Jacoby Brissett e Gardner Minshew, apostas falhas como Carson Wentz e veteranos como Matt Ryan, Nick Foles e Phillip Rivers.
Desde a saída prematura de Luck, o Indianapolis Colts tem um aproveitamento de 47,5%, com o recorde de 48-52-1. A sua melhor temporada veio em 2021, na qual– sob o comando de Phillip Rivers– o time venceu 11 de 16 jogos, garantindo uma vaga nos playoffs, a única durante o período, antes de ser eliminado pelo Buffalo Bills na rodada de Wild Card. O pior recorde veio no ano seguinte, quando Matt Ryan, Nick Foles e Sam Ehlinger foram titulares do time de Indianápolis. A equipe teve 4 vitórias, 12 derrotas e 1 empate, o terceiro pior recorde da liga.
Os Colts usaram a escolha de draft de 2023 para selecionar o seu novo franchise quarterback, Anthony Richardson da universidade da Flórida. Entretanto, o jovem QB participou de apenas 4 partidas em seu ano de calouro antes de sofrer uma lesão no ombro que o tirou do restante da temporada. Em 2024, o atleta jogou 11 jogos enquanto alternativa a titularidade com o veterano Joe Flacco.
Após duas temporadas e com um recorde de 8-7 como QB1, Richardson parece estar longe de ser a solução para um problema crônico da equipe. Caso o atleta dê uma volta por cima, é possível que o seu tempo em Indiana tenha acabado e a maldição de Luck permaneça.
