Início da Jornada – De Texas ao College
Drew Brees nasceu em 15 de janeiro de 1979, em Austin, no Texas, e desde cedo demonstrou talento para o esporte. No ensino médio, destacou-se no futebol americano, mesmo enfrentando desafios devido à sua baixa estatura, algo que gerou dúvidas sobre sua capacidade de se tornar um quarterback de elite. Ele escolheu jogar pela Universidade de Purdue, na NCAA, onde rapidamente se tornou uma estrela.
Com inteligência, precisão e uma leitura de jogo incrível, Brees quebrou vários recordes da universidade e levou os Boilermakers ao título da conferência Big Ten em 2000, além de uma histórica participação no Rose Bowl, algo raro para a universidade. Seu desempenho no college já mostrava que ele tinha algo especial.
Início na NFL – Desafios e Superação no San Diego Chargers
Mesmo com números espetaculares no college, Brees caiu para a segunda rodada do Draft de 2001, sendo escolhido pelo San Diego Chargers. Mais uma vez, os olheiros da NFL duvidavam se ele seria capaz de competir no nível profissional devido à sua altura (1,83m) e ao fato de não possuir um braço extremamente forte.
Nos seus primeiros anos nos Chargers, Brees viveu altos e baixos. Foi titular, perdeu espaço, enfrentou críticas, mas nunca deixou de trabalhar duro. Em 2004, teve uma temporada incrível, liderando o time aos playoffs e sendo eleito o Comeback Player of the Year, além de ser selecionado para seu primeiro Pro Bowl.
Porém, em 2005, na última partida da temporada, sofreu uma gravíssima lesão no ombro direito, rompendo o manguito rotador — uma lesão que poderia ter encerrado sua carreira. Os Chargers, inseguros sobre sua recuperação, decidiram seguir com o jovem Philip Rivers, e Brees virou free agent, enfrentando novamente a desconfiança de toda a NFL.
O Renascimento em New Orleans – Mais que um Jogador, um Símbolo de Esperança
Em 2006, Drew Brees tomou uma decisão que mudou sua vida e a história de uma cidade inteira: assinou com o New Orleans Saints, uma franquia que nunca havia vencido um Super Bowl e que estava devastada pelos efeitos do Furacão Katrina, ocorrido em 2005. Chegando a Nova Orleans, Brees rapidamente se tornou mais do que apenas um quarterback. Se tornou um símbolo de reconstrução, esperança e resiliência para toda a cidade.
Sob o comando do técnico Sean Payton, ele liderou um dos ataques mais explosivos e criativos da história da NFL, com destaque para sua parceria com jogadores como Marques Colston, Jimmy Graham, Michael Thomas, Alvin Kamara e Reggie Bush.
O auge veio na temporada de 2009, quando Brees conduziu os Saints a uma campanha mágica. No Super Bowl XLIV, enfrentaram o poderoso Indianapolis Colts de Peyton Manning e venceram por 31 a 17, conquistando o primeiro e único título da história dos Saints até hoje. Brees foi eleito o MVP do Super Bowl, lançando para 288 jardas e 2 touchdowns, além de um desempenho perfeito em momentos decisivos. A imagem dele segurando seu filho nos braços, chorando, após o jogo, se tornou uma das mais icônicas da história da NFL.
Legado Imortal
Drew Brees foi muito mais do que campeão. Ele quebrou uma série impressionante de recordes na NFL, incluindo:
Maior número de jardas passadas na história da NFL (superado apenas por Tom Brady em 2021).
Mais temporadas consecutivas com mais de 4.000 jardas passadas (12 vezes).
Mais temporadas consecutivas com mais de 5.000 jardas (5 vezes – recorde absoluto).
Maior percentual de passes completos em uma temporada (74,4% em 2018, recorde da época).
Primeiro QB da história a superar 80.000 jardas na carreira.
Mais passes para touchdowns da história da NFL (superado depois por Tom Brady).
Drew Brees ficou conhecido como o Rei da Precisão, um quarterback com leitura de jogo impecável, tomada de decisão rápida e uma capacidade única de explorar qualquer defesa, não importa o adversário. Após uma carreira brilhante, Drew Brees se aposentou ao final da temporada de 2020, após 20 anos na NFL, sendo 15 deles com o New Orleans Saints. Fora de campo, seu legado é ainda mais grandioso. Junto de sua esposa, Brittany, Brees criou a Brees Dream Foundation, que já doou mais de 35 milhões de dólares para causas sociais, educação, saúde e reconstrução de comunidades, especialmente em New Orleans e em outros locais dos Estados Unidos.
O camisa 9 é considerado, sem dúvidas, um dos maiores quarterbacks da história da NFL. Seu legado vai muito além dos números e títulos. Ele representa a superação dos próprios limites, a quebra de paradigmas e a capacidade de transformar não só um time, mas uma cidade inteira. Mesmo desacreditado pela altura, pelas limitações físicas e por lesões, Brees mostrou ao mundo que com trabalho duro, inteligência e resiliência, é possível alcançar qualquer objetivo. Após se aposentar, Brees trabalhou como comentarista esportivo na NBC Sports e segue sendo uma voz ativa em temas de liderança, motivação, filantropia e desenvolvimento pessoal.