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Conheça os Programas: Nebraska Cornhuskers - Tradição, Títulos e a Legião Vermelha das Grandes Planícies

Em Lincoln, capital do Nebraska, o futebol americano universitário é mais do que um esporte: é um elo social, uma herança cultural e um símbolo de identidade coletiva.

Quando os Cornhuskers entram em campo, o estado inteiro para. Poucos programas do college football têm uma ligação tão profunda com sua base local e tão marcada por conquistas, orgulho e reconstrução.


Origens humildes e ascensão meteórica

O time de Nebraska nasceu em 1890, ainda na era pioneira do futebol americano universitário. Por décadas, a equipe foi competitiva, mas foi entre os anos 1960 e 1990 que os Cornhuskers se tornaram uma potência nacional.


O programa é conhecido por unir excelência atlética com uma mentalidade operária, um reflexo direto do ethos rural do estado. Sob o comando de Bob Devaney (1962–1972), o time conquistou seus dois primeiros títulos nacionais (1970 e 1971).


Mas foi com o lendário técnico Tom Osborne, sucessor de Devaney, que Nebraska atingiu o auge. Entre 1973 e 1997, Osborne acumulou 255 vitórias e apenas 49 derrotas, com um aproveitamento de 83,6%. Mais que isso, construiu um sistema ofensivo inovador baseado em option offense, corrida física e execução disciplinada.


Em 1994, 1995 e 1997, os Huskers levantaram mais três títulos nacionais, sendo os dois primeiros invictos e o último dividido com Michigan. Os anos 90 consolidaram Nebraska como uma verdadeira dinastia do college football.


A “Sea of Red” e o Memorial Stadium: muito mais que um estádio
Fonte: Reprodução Huskers
Fonte: Reprodução Huskers

O Memorial Stadium, inaugurado em 1923, é um dos templos do futebol americano universitário. Ampliado ao longo dos anos, hoje comporta mais de 85 mil torcedores e é famoso por um feito singular, desde 1962, todos os jogos foram vendidos, são mais de 390 partidas consecutivas com ingressos esgotados, um recorde nacional inquebrável.


Durante os jogos, o estádio vira uma verdadeira maré vermelha, a “Sea of Red”. Os torcedores são conhecidos por sua paixão, mas também por sua educação e respeito com adversários, o que faz de Lincoln um dos ambientes mais acolhedores e vibrantes do país. Em dias de jogo, o Memorial Stadium se torna, literalmente, a terceira maior “cidade” do estado.


O declínio pós-Osborne e os desafios do século XXI

Após a aposentadoria de Tom Osborne em 1997, Nebraska entrou em uma fase de transição difícil. Passou pelas mãos de vários treinadores, Frank Solich, Bill Callahan, Bo Pelini, Mike Riley e Scott Frost, sem conseguir repetir o sucesso anterior.


Mesmo em momentos positivos (como campanhas de 10 vitórias com Pelini nos anos 2010), o time perdeu sua identidade física e o respeito nacional foi sendo corroído.


Em 2011, Nebraska deixou a Big 12 para se juntar à Big Ten, em busca de estabilidade financeira e competitiva. A mudança, no entanto, também trouxe desafios, novos adversários mais físicos, estilos diferentes de jogo e perda de domínio em territórios de recrutamento como Texas e Oklahoma.


A expectativa de uma rápida ascensão não se concretizou e os Cornhuskers passaram por uma das piores sequências de derrotas da sua história recente, incluindo diversas temporadas sem ir a bowl games.


A reconstrução com Matt Rhule: retomada de cultura e identidade
Fonte: Reprodução USA Today
Fonte: Reprodução USA Today

Em 2023, a universidade apostou em Matt Rhule, técnico conhecido por reconstruir programas frágeis com base em disciplina, cultura organizacional e jogadores de base.


Foi assim que transformou Temple e Baylor em equipes respeitadas, e a expectativa é que traga o mesmo para Nebraska. Rhule adotou uma abordagem que resgata os pilares do sucesso histórico dos Huskers:


  1. Recrutamento local: foco em talentos do próprio Nebraska e do Midwest.

  2. Domínio físico: linhas ofensivas e defensivas grandes, que impõem o ritmo do jogo.

  3. Futebol complementar: jogo terrestre dominante, controle de relógio e defesas sólidas.


O impacto cultural também é notável. Rhule reviveu o uso das antigas tradições, trouxe ex-jogadores para dentro do programa e reestabeleceu um sentimento de pertencimento entre os torcedores.


A campanha de 2023, mesmo com recorde modesto, já demonstrou evolução tática, preparo físico e postura competitiva.


Nebraska na Big Ten: o próximo gigante a despertar?

Dentro da Big Ten, Nebraska é um paradoxo, é um dos maiores programas em história, torcida e estrutura mas ainda não conseguiu encontrar seu lugar entre os gigantes como Ohio State e Michigan.


A expansão da conferência, com USC, UCLA, Oregon e Washington entrando em 2024, pode abrir novos caminhos. Ao mesmo tempo, aumenta o grau de dificuldade.


Mas uma coisa é certa, a Big Ten é melhor com um Nebraska forte e o cenário está se preparando para o retorno do gigante adormecido.


Por que torcer pelos Cornhuskers?

Torcer pelos Cornhuskers é abraçar uma das torcidas mais apaixonadas e leais de toda a NCAA. Com cinco títulos nacionais e uma era lendária sob o comando de Tom Osborne, o time construiu uma das histórias mais respeitadas do college football.


O Memorial Stadium, conhecido por sua icônica “Sea of Red”, é um símbolo dessa devoção, onde a torcida transforma cada jogo em um espetáculo. Mais do que um time, os Cornhuskers representam todo o estado de Nebraska com alma, suor e um orgulho que atravessa gerações.



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