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Uma decisão de negócios: Como Nico Iamaleava expôs a 'nova era' do College Football

Negociação que levou à saída do QB de Tennesse é estudo de caso perfeito para entender como os acordos de NIL (nome, imagem e semalhança) transformaram os esportes universitários para sempre.


No dia 11 de abril de 2025, Nico Iamaleava optou por faltar os treinos de Tennessee em meio à negociação de um novo contrato de NIL (nome, imagem e semelhança). A atitude culminou na saída do quarterback da universidade e expôs como as escolhas esportivas e financeiras passaram a caminhar lado a lado no cotidiano dos esportes universitários.


(AP Photo/Wade Payne)
(AP Photo/Wade Payne)


O que aconteceu?

Ao fim da última temporada, a ESPN reportou que os representantes de Nico Iamaleava, então QB do Tennessee Volunteers, buscavam renegociar seu contrato de NIL, estimado inicialmente em torno de U$2 milhões, que agora teria como meta a marca de U$4 milhões por temporada.


A negociação esfriou, e os Volts iniciaram a preparação para a próxima temporada. Foi então que no dia 11 de abril, cinco dias antes da abertura do portal de transferências da NCAA, foi noticiado que Nico havia faltado aos treinos de primavera da universidade em meio à negociação de seu novo acordo de NIL.


Um dia depois, 12 de abril, Josh Heupel, head coach dos Vols, anunciou que o time iria 'seguir em uma direção diferente' na posição de quarterback. "Não há ninguém maior do que o 'poderoso T' (referência à sigla de Tennessee), e isso inclui a mim", disse o treinador após agradecer a temporada de Nico pela universidade.


Como consequência, na quarta-feira dia 16 de abril, Nico entrou oficialmente no portal de transferências em busca de uma nova universidade.


O cenário por trás de tudo

Ver jogadores faltando a treinos em meio a disputas contratuais como tática de negociação e 'auto-valorização' é comum no futebol americano profissional, mas, até recentemente, era um comportamento raro no ambiente universitário.

O caso Nico Iamaleava é mais um dominó que cai como consequência da decisão de 2021 da Suprema Corte americana, que permitiu que atletas universitários passassem a ter o direito de lucrar com sua imagem, nome e semelhança (NIL).


A decisão surgiu com objetivo de romper o antigo paradigma dos esportes universitários, que permitia que as universidades apenas gerassem receitas e lucros para seus programas a partir dos feitos dos atletas. Estes, por sua vez, permaneciam sem um retorno financeiro direto para ajudar suas famílias até se tornarem profissionais.


O mercado de NIL permitiu que os jogadores pudessem negociar diretamente com empresas e patrocinadores, abrindo um espaço sem precedentes para contratos milionários, alterando as relações entre estudantes-atletas, programas e patrocinadores.


(Reprodução/SI)
(Reprodução/SI)

Em 2022, o lendário treinador Nick Saban falou sobre os possíveis impactos da 'era NIL' para o futuro do College Football. Apesar de aceitar que os acordos conferem aos estudantes-atletas oportunidades para mudarem de vida logo no início, para ele, o modelo não era sustentável. "Isso cria uma situação em que você pode, basicamente, comprar jogadores", disse.



"Você também pode colocar jogadores no portal de transferências para ver se eles podem conseguir mais dinheiro do que onde estão", antecipou o ex-treinador, que desde o início tem sido um dos mais pessimistas em relação ao rumo que os acordos de NIL darão ao futebol americano universitário.


O caso de Nico Iamaleava mostra como o recrutamento do College, que antes combinava desenvolvimento pessoal, acadêmico e esportivo, hoje envolve negociações financeiras numa escala semelhante à do nível profissional, permitindo que atletas tomem 'business decisions' antes mesmo da profissionalização.


Resultado

Em meio a notícias de que o QB teria "zero mercado" devido ao modo como saiu de Tennessee, UCLA entrou como principal escola interessada em contar com Nico para 2025. No último domingo, dia 20 de abril, Iamaleava e os Bruins anunciaram seu acordo de forma conjunta nas redes sociais.


"Minha jornada em Tennessee chegou ao fim. Essa decisão foi incrivelmente difícil e, de verdade, uma que eu não esperava ter de tomar tão cedo", escreveu o atleta em publicação no Instagram. Como segundanista, Nico ainda três anos de elegibilidade no College pela frente.


Pelos Vols, o QB lançou para 2.616 jardas e 19 touchdowns em sua temporada de estreia, levando a escola a 10 vitórias e aos playoffs do College. Os Vols acabaram eliminados ainda no primeiro round pela eventual campeã Ohio State.





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