Aqueles que acompanham Green Bay sabem que o período de março costuma ser tranquilo na franquia. No entanto, a contratação de Xavier McKinney e Josh Jacobs trouxe expectativas renovadas para os fãs, especialmente após uma temporada mediana em que os Packers mostraram claras lacunas no elenco. Todos tinham grandes esperanças para a Free Agency de 2025, mas a realidade não foi tão empolgante…
Temos três novos nomes no vestiário: Aaron Banks, Nate Hobbs e Mecole Hardman.
Tanto Hobbs quanto Banks figuram no ranking dos 100 melhores free agents da ESPN, o que poderia indicar contratações excepcionais. Mas, antes de chegarmos a qualquer conclusão, é importante analisar o contexto.
Aaron Banks
Aaron Banks é um guard especialista em gap runs (jogadas de corrida em que o corredor atravessa espaços na linha ofensiva). Nessa situação, ele venceu seus oponentes em 64% das jogadas. Green Bay foi o quinto time com mais tentativas de corrida (526) e o terceiro em jardas terrestres por jogo (146,8)
Ou seja, Banks chega para reforçar o time nesse aspecto, não necessariamente para proteger Jordan Love, que sofreu 14 sacks na última temporada – longe de estar entre as piores marcas nesse quesito. Sua chegada tem um objetivo claro: ajudar Josh Jacobs. Uma peça que certamente terá impacto, mas que dificilmente levará o jogo corrido ao nível do Eagles. Melhorias virão, mas nada espetacular.
Nate Hobbs
Ele é, sem dúvida, uma excelente opção para times que buscam reforços na secundária. Em quatro temporadas, somou três interceptações e 13 passes desviados. Seu perfil encaixa bem em defesas que utilizam cinco defensive backs (a famosa nickel defense). No entanto, os Packers jogam no esquema 4-3, e, estatisticamente, Hobbs é inferior tanto a Jaire Alexander quanto a Xavier McKinney na defesa contra o passe.
Então, por que foi contratado? Muito provavelmente para substituir Alexander. Não é segredo que Green Bay está disposto a negociar o jogador – na verdade, essa é a expectativa.
Mecole Hardman
Por último (e menos importante), Mecole Hardman. Recentemente, Josh Jacobs declarou que os Packers precisam de um WR1. Alguém na diretoria, no entanto, parece discordar, já que contrataram um recebedor que dificilmente chega ao posto de WR3. Se você não lembra quem é Hardman, eu não te culpo.
Sua última temporada como titular foi em 2021, pelo Kansas City Chiefs, quando acumulou 59 recepções para 693 jardas (média de 40 jardas por jogo) e apenas dois touchdowns em 17 partidas. Nada impressionante. Tenho certeza de que será de grande ajuda no training camp.
Até o momento da publicação deste texto, essa é a história da Free Agency do Green Bay Packers. Além dessas três contratações, tivemos as renovações de Brandon McManus (kicker) e Isaiah McDuffie (linebacker). Eu entendo – e até respeito – a filosofia dos Packers de desenvolver o time internamente, no training camp, em vez de apostar em grandes contratações. Mas eu gostaria de ver uma temporada realmente competitiva dentro dos próximos 10 anos. Desde 2015, o time tem sido consistentemente mediano: vence os adversários mais fracos, mas perde para os times mais fortes, com algumas exceções.
Hoje, Green Bay é visto como um time regular, com boas chances de chegar aos playoffs, mas que inevitavelmente cairá para um adversário que sequer passará da final de conferência. Eu realmente esperava mais. A diretoria sabe exatamente onde precisa reforçar o elenco, mas ainda há tempo para surpresas agradáveis – especialmente com o Draft se aproximando. Em resumo, não sinto que as movimentações desta Free Agency trarão mudanças significativas no desempenho do time. Minha expectativa continua sendo uma temporada mediana. Mas ainda há muito tempo até setembro, e a NFL é especialista em surpreender.
