Shedeur Sanders: talento, liderança e desafios. Analisamos seu jogo, pontos fortes e fraquezas antes da NFL. Será um QB titular em 2024? Hoje irei analisar como o quarterback da Universidade de Colorado joga e como chega a NFL.
Shedeur Sanders, nascido no dia 7 de fevereiro de 2002, em Tyler, no Texas, sempre foi um nome com muita fama na mídia, desde os tempos de HS, falava-se sobre o jovem QB. O por que disso tudo? Shedeur é filho do lendário Deion Sanders, conerback HOF da NFL. O pai sempre foi midiático com tudo que fazia, mostrando personalidade forte dentro e fora dos gramados.
Mesmo com toda essa pressão, Shedeur sempre se mostrou um bom jogador, chegando no college com certos holofotes. Apesar disso, em Jackson State o QB ficou por um tempo esquecido, não sendo tão comentado mesmo fazendo boas temporadas. Em 2023 tudo isso muda, com a ida de seu pai para ser HC em Colorado, Shedeur viu uma oportunidade de crescer não só como jogador indo para uma conferência mais forte, mas também voltar a ter a atenção da mídia e, principalmente, dos times da NFL.
Com 1.88 m e 97 kg, Shedeur não tem o arquétipo ideal da NFL, apesar disso, tamanho e peso não deve ser algo que vá dificultar sus vida na liga. Vale destacar as estatísticas do QB nesta ultima temporada, em que levou Colorado a uma campanha 9-4.
4,134 jardas passadas;
37 touchdowns;
10 interceptações;
74.0% de passes completos;
São bons números para um jogador de 22 anos chegando na NFL, mas afinal, o que o tape nos mostra?
Pontos positivos:
Shedeur Sanders mostrou em Colorado que tem um bom braço para fazer qualquer lançamento, mostrando domínio corporal e boa precisão em seus passes.
O trabalho no pocket é muitas vezes feito com excelência, com Shedeur mostrando postura e não tirando os olhos do alvo em nenhum momento, conseguindo escapar da confusão quando necessário, escalando o pocket e fazendo suas leituras em movimento.
Shedeur mostra-se um líder nato e um cara “durão”, coisas que aprendeu com seu pai e que a NFL adora em qualquer jogador, principalmente em um QB.
A precisão em profundidade é algo a se observar, sendo uma arma em seu jogo.
Ataca bem o meio do campo, conectando passes dando condição para seus recebedores produzirem jardas pós recepção.
O QB de Colorado se mantem firme para dar o passe até o fim, não tendo medo de tomar a porrada.
Jogou em um esquema muito vertical, e tendo em vista que nunca teve ajuda na linha ofensiva e contou com alguns drops de seus recebedores, se saiu bem na temporada e mostrou que com mais ajuda e um esquema melhor desenvolvido, pode se provar ainda melhor do que foi esse ano, sendo um jogador com um bom teto, podendo assim, se bem trabalhado, ser tornar um QB titular na NFL.
Teve um ótimo aproveitamento em passes completos, sendo algo sempre valioso, ainda mais em um time em que o jogo terrestre não era nada talentoso.
Pontos negativos:
Shedeur Sanders muitas vezes segura demais a bola. Entendo que a maioria das ocasiões ele não teve tempo nem para receber o snap e a linha ofensiva já cedia a pressão e o pocket desmoronava, entretanto, fica claro que em momentos que Shedeur tinha tempo e espaço para lançar, acabava segurando muito a bola e sofrendo o sack. Como Shedeur não é tão móvel, isso se torna um pesadelo, já que escapar com as pernas nem sempre é uma opção.
Dificuldade em lançar a bola no ponto futuro e para fora dos números, com precisão, é algo a ser melhorado no jogo do QB vindo de Colorado. Fica nítido a insegurança de lançar para rotas “OUTS” e '“ COMEBACKS”.
Apesar das boas tomadas de decisão num aspecto geral, Shedeur Sanders teve seus momentos de Super Herói, ignorando as primeiras leituras em rotas curtas e estendendo jogadas de forma desnecessária, procurando passes em profundidade. Isso muitas vezes acabava com campanhas, terminando em passes incompletos, sacks ou interceptações.
A leitura pré snap me parece razoável, nada fora do normal para um QB de college. Mas sem sombra de dúvidas é algo a melhorar chegando na liga.
Eu imagino que Shedeur Sanders chegue para ser um QB titular desde o seu primeiro dia na liga, mesmo tendo coisas a evoluir. É claro, ele é um calouro, e vai apanhar para aprender como funciona a NFL. Não espero uma temporada no estilo de C. J. Stroud ou Jayden Daniels, entretanto, vejo um futuro promissor para Shedeur, e estou intrigado para saber não só o time que o escolherá, mas também o esquema e as peças que irão montar ao redor dele. Se seu time precisa de QB e está no TOP 5 do DRAFT, considero uma escolha válida e esperançosa para o futuro de uma franquia.
