Dizer que Davi Belfort não entrou em campo em seu primeiro ano de futebol americano universitário pode parecer desesperador para o torcedor brasileiro. Entretanto, a verdade é que o quarterback recrutado pela universidade de Virginia Tech teve uma temporada dentro do esperado para qualquer calouro neste nível do esporte, afinal, é muita coisa para assimilar.
Neste momento, é importante entender que o ano de estreia de um jogador no cenário universitário nem sempre é marcado por minutos em campo, mas por adaptação, desenvolvimento e preparação para as próximas temporadas.
O principal: Davi foi 'redshirted'
No futebol americano universitário, os jogadores têm cinco anos para disputar quatro temporadas de elegibilidade. Quando um atleta é 'redshirted', significa que ele não participa de jogos oficiais em uma temporada, mas mantém seu ano de elegibilidade no College. Isso é comum para calouros, pois eles geralmente precisam de tempo para se adaptar ao ritmo mais intenso, ganhar experiência nos treinos e se desenvolver física e tecnicamente.
A opção por dar a redshirt a Davi foi uma decisão estratégica da equipe técnica dos Hokies para que ele possa se preparar melhor para os próximos anos. Em 2024, por exemplo, apesar de não ter entrado em campo, ele participou ativamente da preparação e dos treinamentos da equipe, aprendeu o sistema ofensivo de Tyler Bowen, agora ex-coordenador ofensivo de Virginia Tech, e chegou até a ficar na sideline em alguns jogos da última temporada.
Se ele não jogou, quem jogou?
O quarterback titular dos Hokies em 2024 foi Kyron Drones, que teve uma temporada sólida, com quase duas mil jardas totais e 17 touchdowns, sendo seis terrestres. Drones é um quarterback dual-threat (capaz de correr e passar com eficiência) e é considerado um dos melhores da ACC. Para Davi, restou competir com Collin Schlee, transferido de UCLA e o outro calouro William "Pop" Watson III.
Para quem está perdido
Davi Belfort é filho de Vitor Belfort (aquele mesmo!), lutador multicampeão de MMA, e se comprometeu com Virginia Tech como um dos prospectos mais promissores da classe de 2024.
Classificado como 4 estrelas por sites especializados em jogadores vindos do ensino médio, ele recebeu mais de 30 ofertas de bolsas de universidades das Power 5 (as cinco melhores conferências do College), como Alabama, Michigan e Georgia.
Segundo o próprio brasileiro, sua escolha pelos Hokies foi influenciada pelo ambiente familiar do programa e pela conexão com os treinadores, especialmente o técnico Brent Pry e o coordenador ofensivo Tyler Bowen, substituído por Philip Montgomery após a última temporada.
Durante o ano, Belfort foi além dos treinos tradicionais para quarterbacks e também manteve sua rotina de treinos de boxe, herança de seu pai. Ele acredita que o boxe ajuda no desenvolvimento de sua rotação de quadril e força do core, habilidades essenciais para um QB.
Perspectivas para o futuro
Com o retorno de Kyron Drones e Pop Watson para a temporada de 2025, Belfort continuará competindo por um lugar no depth chart dos Hokies, agora com um ano de "experiência" no nível universitário.
Enquanto a titularidade não vem, o brasileiro recentemente anunciou uma parceria com a Octagon Latam, empresa de marketing esportivo do ex-jogador de futebol Ronaldo. A agência vai gerenciar sua imagem e oportunidades de negócios, tanto no Brasil, quanto internacionalmente.
Davi é o projeto de um jogador promissor para os próximos anos. Quem se decepcionou por não tê-lo visto em campo em 2024 não precisa se desesperar, afinal, após os eventos da última temporada do College, tudo indica que o sonho de vermos o primeiro quarterback brasileiro a jogar na NFL segue mais vivo do que nunca.
